segunda-feira, 7 de junho de 2010

SAIBA QUAIS SÃO AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CIRURGIA DE REDUÇÃO DE ESTÔMAGO

Para os obesos a gastroplastia pode ser a chance de uma vida normal, sem excesso de peso e mais saudável. Porém, existem alguns efeitos pós-operatórios que nem sempre são explicados pelos médicos.


Foto: Bloging.terra.com

A gastroplastia, mais conhecida como cirurgia de redução de estômago, está tornando-se cada vez mais comum. Para quem pensa que é uma coisa simples a ser feita, está completamente enganado. Para muitas pessoas, emagrecer não é uma questão de vaidade, e sim de recuperar a saúde. Na maioria das vezes, esses pacientes já tentaram de tudo, como dietas de todos os tipos, medicamentos, e atividades físicas, a cirurgia é a última alternativa.
A intervenção consiste em grampear o estômago para que dessa forma, o indivíduo possa ingerir uma menor quantidade de alimentos, e desta maneira, perder peso. Existem várias técnicas que podem ser aplicadas para realização deste processo. Uma delas é a denominada “capella”, que grampeia o estômago e faz um desvio no intestino, diminuindo a absorção do alimento que o indivíduo ingere. Com a cirurgia bariátrica os benefícios para o paciente são evidentes e de grande impacto para a saúde e qualidade de vida. A obesidade mórbida leva à redução do tempo médio de vida e a muitos problemas de saúde associados, chamados de co-morbidades. Diversos estudos mostram que este tratamento permite uma vida mais saudável e prolongada. Além do resgate da auto-estima, diminuição e controle das doenças relacionadas com a obesidade. Em média, há perda de 40% do peso em 12 meses, desde que o paciente continue seguindo orientações nutricionais, atividade física e acompanhamento regular.
Mas, o que muita gente não sabe é que a parte mais importante da cirurgia é o tratamento que o paciente deve submeter-se antes e depois de realizá-la. O acompanhamento de um nutricionista, um endocrinologista, um psiquiatra e um psicólogo são fundamentais para o sucesso da operação. Pois, o que o paciente precisa tratar é a compulsão por comida, senão, o que acontecerá é a transferência de um vício para o outro. Muitas pessoas que passam por este processo, ao invés de comida, tornam-se viciadas em álcool, ou pior, mudam de comportamento, muitas vezes prejudicando a sua vida pessoal e profissional. Porém, na maioria dos casos os pacientes se dizem satisfeitos com o resultado.

                                                                                Foto: Paula de Almeida
Paula de Almeida antes e depois da cirurgia bariátrica

Muitos passam por transformações positivas como o aumento da auto-estima e uma grande melhora no quadro da saúde física e mental. O estudante de direito Marcos Arruda, 23 anos, fez a cirurgia há cinco anos e diz que foi a melhor coisa que poderia ter feito “ Antes da cirurgia pesava 160 kg. Logo depois passei a pesar 79 e hoje estabilizei meu peso nos 85 kg. Na verdade nunca liguei muito para aparência física, mas confesso que me sinto muito melhor em relação a saúde. Aprendi a me alimentar corretamente e meus exames médicos hoje em dia estão perfeitos”.
Mas nem sempre as pessoas se alimentam corretamente. Em alguns casos, o paciente come o que é necessário, e depois vomita para continuar se alimentando. Por isso é fundamental que os operados tenham acompanhamento psicológico, mas normalmente é negligenciado pela maioria. Para um bom resultado, é preciso que o paciente entenda o que acontecerá no seu corpo e que esteja disposto a enfrentar todas as mudanças. A pessoa precisa controlar seus impulsos, ou poderá causar sérios danos ao organismo. Existem também complicações tardias, as principais são: anemia crônica, deficiência de cálcio que provoca osteoporose e pedras nos rins, engasgamento, perda de cabelo, cálculo na vesícula e um fenômeno conhecido como dumping (quando o alimento ingerido é muito doce ou gorduroso, provocam uma irritação intensa). Por isso, para os que precisam realmente submeter-se a esse processo, a dica é procurar bons especialistas e ouvir depoimentos de pessoas que passaram pela mesma situação.

A entrevistada Ingrid Guimarães, solteira, 25 anos, buscou a cirurgia para melhorar sua auto estima e por problemas de saúde. Após o procedimento, sua vida teve grandes mudanças. Ouça o áudio abaixo: